O brasileiro é um povo muito empreendedor e você já deve ter ouvido isso, certo? Mas e se eu te falar que 30% dos brasileiros entre 18 e 64 anos são empreendedores, você acredita? Surpreendente, não é?
Somos realmente muito criativos e inovadores, apesar de muitas vezes não nos darmos conta disso. Justamente por essa dinâmica do nosso povo, somada ao fato de que o mercado muda constantemente, sempre há espaço para novos negócios.
Abrir o próprio negócio é algo que dá mesmo um frio na barriga, muita ansiedade e euforia, além, é claro, do medo que tudo dê errado no final…
Bom, não estou aqui pra te iludir, então já vou de cara te dar aquele banho de água fria: assim que você abrir o próprio negócio, você vai errar. Várias vezes. Vai falhar em várias pequenas coisas, vai falhar ainda mais em coisas mais complexas.
Você vai decepcionar muita gente: clientes, parceiros de negócios, até funcionários. E isso não vai ser algo tão raro quanto você possa imaginar, posso até arriscar falar que, quanto mais sucesso você tiver com seu negócio, mais vezes você vai precisar errar para melhorar.
O que eu quero lhe dizer com isso, é que errar faz parte do empreendedorismo. E, por isso, é importante que você já comece seu novo negócio com uma mentalidade preparada para isso, caso contrário, existe uma chance de você acabar desistindo diante das falhas, não é mesmo?
Mas, e então, como começar a empreender?
Quais passos você deve dar de início?
Todos sabemos que um negócio não vive de erros. Muito pelo contrário, um negócio precisa de várias pequenas vitórias e acertos para prosperar. Acontece que cada vez que você erra é uma nova oportunidade de aprender como não se deve tocar seu negócio e, assim você vai construindo um negócio mais e mais robusto.
Veja bem o ponto aqui não é te incentivar a errar, mas sim te preparar para aceitar os erros de forma natural e ainda aprender com eles. Tente rápido, erre rápido, corrija rápido e siga e frente.
Bom, agora que você já entendeu que o mais importante no empreendedorismo é a persistência, você precisa pensar em como errar menos, e o caminho é simples: faça um bom planejamento!
Se você fizer um planejamento detalhado do seu negócio, você vai errar menos e, quando errar, terá consequências menos problemáticas para seu negócio. Se você não tirar um tempo para planejar, provavelmente vai errar repetidas vezes, até que um dia pode cometer um erro que inviabilize seu negócio.
Dessa forma, mesmo que você aprenda com seus erros, é ainda mais importante que você aprenda a planejar para evitá-los cada vez mais.
Como?
Bom para começar, você deve fazer um conjunto de análises antes de iniciar seu negócio. Quanto mais corretas estiverem suas análises, maior será sua chance de prosperar com seu negócio. A minha sugestão é que você comece pelos 5 pontos a seguir:
1- Analise o seu mercado potencial
De nada adianta você acreditar que sua ideia seja ótima, se o mercado discordar de você. Para criar um negócio lucrativo, você tem duas opções: Resolver algum problema que o mercado já possua, ou criar alguma nova necessidade para o mercado.
É sempre mais simples, rápido e eficiente você oferecer ao mercado aquilo que as pessoas já estão procurando e, por isso é tão importante fazer pesquisas de mercado e descobrir o que as pessoas desejam.
Em alguns minutos é possível fazer uma análise rápida do que o seu mercado está procurando. Isso pode te ajudar a oferecer aqueles produtos e serviços que mais possuem demanda.
Há algumas ferramentas como o Uber Suggest, que permitem que você pesquise termos interessantes para seu negócio e descubra qual o volume de buscas que esses termos possuem no Google. Esse é um pequeno exemplo de como você pode entender melhor seu mercado e qual a demanda ele tem pelo que você deseja oferecer.
2- Entenda melhor seus custos
Seguindo em frente e considerando que você já fez seu dever de casa até aqui, podemos concluir que você já saiba o que vai oferecer ao mercado. Agora está na hora de entender com alguma profundidade quais custos você terá para oferecer esses produtos ou serviços aos seus clientes.
Mesmo que você acredite que já sabe na ponta da língua quais são seus custos, é importante colocar tudo na ponta do lápis. Muitos negócios têm prejuízo em suas operações e sequer sabem disso pois não fizeram uma planilha com os custos reais da operação.
Todo negócio possui custos diretos à operação e outros custos que são indiretos.
Os custos que estão diretamente ligados ao seu produto ou ao seu serviço, como o preço de custo, insumos, matéria prima, mão de obra, logística, impostos etc são considerados custos diretos.
Já aqueles custos fixos que não estão ligados ao produto ou serviço, mas influem no seu financeiro, são os custos indiretos. Você pode considerar aqui, por exemplo, aluguel, conta de luz, internet, telefone, folha de pagamento etc.. É muito importante que você não deixe nada relevante passar batido.
Tendo todos os custos de seu negócio em uma planilha, fica muito mais simples enxergar qual o custo real de seus produtos ou serviços. Dessa forma, você saberá definir seu preço de venda de forma muito mais alinhada com o que o mercado permite e, também, com as suas expectativas de margem.
3- Decida se você fará carreira solo ou terá sócios
Bom, agora que você deu o segundo passo, já é possível ter uma ótima visão do mercado potencial e das expectativas de lucratividade que seu negócio poderá ter. Você pode até fazer algumas planilhas de projeção e, se assim desejar, convidar outras pessoas para entrarem nesse novo negócio com você!
Mas, vale a pena ter uma sociedade mesmo se você souber fazer tudo sozinho? Se você pensou assim, eu tenho que lhe puxar de volta pra realidade: ninguém sabe tudo. Por mais que você conheça profundamente o seu negócio, você certamente não sabe fazer tudo sozinho e, mesmo que você saiba tipo 90%, você não vai conseguir fazer tudo ao mesmo tempo e bem feito.
Uma das características mais importantes que um empreendedor deve ter é a capacidade de delegar funções e tarefas. Já nos primeiros passos do seu negócio você vai ter que tomar uma decisão que provavelmente vai depender de quanto dinheiro você tem pra investir nesse seu negócio: contratar pessoas ou se aliar a sócios.
Se você tem dinheiro suficiente para manter o seu negócio fluindo nos próximos 12 meses, talvez você deva optar por contratar funcionários para ajudar no seu dia a dia, principalmente nas questões operacionais, para que você tenha mais tempo para se dedicar a pensar no seu negócio em si.
Por outro lado, se você não tem esse fundo de reserva, pode fazer mais sentido você se associar a outras pessoas, em uma sociedade. E, se essas pessoas tiverem uma mentalidade alinhada com a sua, de forma a somar ainda mais ao negócio mesmo com funções diferentes da sua, pode ser ainda mais benéfico a longo prazo.
Lembre-se do seguinte provérbio africano: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Mas se quiser ir longe, vá acompanhado.”
4- Faça um MVP rápido
Aqui você já está com tudo que precisa para iniciar as operações no seu negócio.
O MVP é basicamente um “teste”, o menor modelo viável que você pode colocar pra funcionar do seu negócio. Nessa etapa é importante que você simplifique tudo ao máximo, removendo todas as pequenas peças e detalhes que não forem estritamente essenciais para aquilo que você entende como as bases do seu negócio. Isso vai te permitir começar rápido.
Aos poucos você deverá ir acrescentando as outras etapas do seu plano geral, até que você tenha sua empresa funcionando em sua totalidade da forma como você previu inicialmente.
Esse passo é importante pois te ajuda a tirar as coisas do papel mais rápido. Você desenha tudo, destaca o essencial e inicia por ali. Por isso é importante não se ater tanto aos detalhes não essenciais. Lembre do princípio de pareto: 80% dos seus resultados estão em 20% dos seus esforços.
Comece rápido, falhe rápido, melhore rápido e continue seu projeto.
5- Não misture as finanças do seu negócio com as suas finanças pessoais.
Se você chegou aqui, suas operações já estão prontas para rodar a pleno vapor. Você já deve ter resolvido os principais problema básicos no seu negócio e tem um modelo viável que está gerando receita com algum lucro.
É de suma importância que você entenda que o futuro do seu negócio depende desse lucro. Ou seja, o que você faz com esse lucro, irá definir se seu negócio poderá decolar ou se irá morrer sufocado. Se você preocupar primeiro em melhorar de vida utilizando o lucro do seu negócio, a chance é que que sua empresa poderá se sufocar em pouco tempo.
Nenhuma empresa vive e cresce sem reinvestimento e, por isso, você deve entender que o lucro da empresa não é seu, é da empresa.
Quando sua empresa já possuir um lucro de forma consistente, depois do reinvestimento e já tiver algum dinheiro guardado em caixa para manter ao menos 3 a 6 meses de operações, você poderá estipular um salário para si mesmo. Porém, é importante que esse salário seja um valor fixo, previsível e que caiba, com folga, dentro do fluxo de caixa do seu negócio.
Dessa forma, você estará protegendo as finanças do seu negócio de você mesmo. =)
Quando sua empresa já tiver acumulado um bom lucro e for possível fazer uma distribuição sem impactar a segurança das operações e das finanças do negócio, aí sim você poderá se sentir seguro e confortável para fazer uma retirada maior.
Se você se organizar para enxergar seu negócio dessa forma, você estará pronto para empreender de forma rápida e, principalmente, segura. O sucesso do seu negócio, em muito, dependerá somente de você mesmo e da sua forma de encarar esse desafio.
Espero que você tenha gostado do conteúdo desse post e que essas dicas sejam úteis para iluminar seu caminho para o sucesso e que te motivem a iniciar o seu próprio negócio. Agora, é com você!
Um abraço!
